Radio A Toa

segunda-feira, maio 19, 2014



Quisera ser poeta,
falar de coisas que encantassem
entre virgulas e pontos duvidosos,
palavras que extraíssem do surreal
o sentido da paixão.
Mas além de mim,
o que ainda não sei,
me propõe uma realidade distante
das fantasias que cercam os versos
e calam cada pedaço do corpo
que insisto negar à poesia.
Assim, só resta
o lamento, o exílio proposto
pela negação da arte
que forma os artistas,
os quais se sobrepõem
em um perigoso culto de personalidade
a assassinar o próprio sentido da arte,
sendo assim nego a inspiração
e calo, diante da musa
vulgarmente cultuada.


Um comentário:

Nina Blue disse...

Mano, quem não tem colírio usa óculos escuros!
Quem não tem a poesia, usa a realidade concreta, sem o simbólico para lhe amparar a falta que a poesia lhe trás!
Poetize-se, pois o poeta que vive dentro de você, vai agradecer e eu também!