Radio A Toa

terça-feira, novembro 09, 2010

Sometimes i feel like a motherless child! (Sad Song).



Há uma distância entre o que sou e o que nunca serei...um elo perdido entre a minha essência e o que imagino ser....a vida que salta de minhas crenças, a verdade e a empatia do outro...existe um silêncio na minha alma, o da letra que trava no teclado.....da palavra que não consigo dizer...expressões de duvidosa grafia que ficam perdidas no vácuo da memória, que poderiam ser sussuradas a outros ouvidos num momento romântico e que jamais atrairiam desafetuosos sentimentos... minhas mãos tremem e quase não conseguem escrever as palavras que nomeiam meus desencontros e afirmam minhas descobertas, o passo a passo do meu aprendizado.....o tutorial de minha vida que caminha por vezes na contra mão, e outras no fluxo do destino cruzando semáforos que limitam a psicogeografia local e a de outros mundos além daqui e, que paranoicamente alguns crêem, nos invadirão mais cedo ou mais tarde.....muitas coisas que sonhei não se realizaram outras aconteceram sem que percebesse, ficando estas palavras omitidas aos meus "sentidos"....não é de angústia este lamento, não há espaço quando se percebeu a muito que nunca fui o que sonhei, tudo que tentei ser sempre foi muito distante do que vi em mim e no outro...talvez seja, de auto crítica ao perceber-me como uma farsa de mim mesmo colocando-me em xeque diante destas confessas certezas, duvidando das palavras que falo e ouço...nada mudei a minha volta, os dias se passaram confusos sem que os percebe-se nas fantasias dos narcisos.... muito lutei contra o que me oprimia sem deixar nem por um momento de me sentir opresso por todo este sistema que domina a vida em nome do progresso, da ordem e o bem estar das nações, mecanismo que nos silencia e esconde a verdade num eterno jogo de dissimulações repletos de hipocrisias e interesses inconfessáveis, em nome de uma sobrevivência inútil e insossa de taxas e "impostos".


O que vejo são esperanças esvaírem-se diante dos olhos, que; tristes já não se cerram receptivos ao sono e conseqüentemente aos sonhos que criam oásis em meio a infernos pessoais.....sempre procurei entender as preciosidades religiosas e hoje só percebo; ser o olhar do conformismo e a manipulação o propagado em nome de Deus, que certamente deve se sentir muito triste com o que vê, trabalho escravo, a ideologia da violência e a brutalidade doméstica, não há mais paraísos no paraíso...não há mais o amor no sentido universal, não há mais amor a não ser o pela submissão pocessiva, niilismos à parte, isso também já virou produto para alimentar a grande máquina que nos devora como combustível para o seu desenvolvimento, os recursos que nos foram oferecidos estão escaseando e os senhores da guerra alimentam todos os tipos de terrorismos em troca do exorbitante lucro que a miserável história proporciona....os avanços tecnológicos, diz a mídia, se desenvolvem em nome de todos, na verdade aumentam a xenofobia hi-tech, e a cada dia fica maior a distância de quem joga o jogo e de quem não pode jogar, traduzindo na verdade: somos apenas massa de manobra num jogo que alimenta a empáfia dos senhores de estado, democráticamente escolhidos pela manipulação subliminar da massa que segue ao cadafalso como bois ao matadouro, enojados e assustados com os aromas do genocídio.....tristeza, não é bem isso que sinto mas estou me abandonando por não crer em mais nada, nem mesmo se descreio, creio.....descrença essa, que me direcionava para a esperança de poder mudar tudo isso, sentimentos que cri um dia...cria; ser possível reinventar-se à exaustão, a cada manhã, e que apesar de tudo ainda temos a expressão para transformar vidas em algo maior que ir a fábrica, ganhar o dia, beber cervejas, fumar uns baseados e fazer yakissoba com a galera no fim de semana ou qualquer outra coisa mais sofisticada do que essa visão medíocre sobre a felicidade que nunca chega, que nunca surge no horizonte senão por meros momentos nesta vida corriqueira de insustentável peso dos olhos, supostas levezas do ser e do esquecimento que temos que carregar para nos adaptarmos a civilização impregnada de melhores do que você, que não fazem nada nem por si mesmos a não ser xafurdarem-se no próprio regurgito das pretensões e na super valorização da personalidade, um culto obsceno de exploração do homem pelo homem....nada mais é original, o "subjetivo" não tem espaço num mundo aonde só o "objetivo" vende milhões de "unidades".

Um comentário:

Keila Costa disse...

Suas palavras vêm a mim suas minhas...esse turbilhão irrefreável em que nos encontramos, no qual nos desfazemos, nos perdemos...difícil juntar e identificar esses pedaços de nós, em nós...mas uus dos meus pedaços encontra alguns dos seus por aqui... Beijo