"Desde as suas primeiras tentativas para explorar a alma humana, mapeá-la e estabelecer suas fronteiras, Jung mostrou-se fascinado pelo que acontece na áreas fronteiriças. Esse era o seu temperamento - gostava de ampliar os limites do já conhecido. O seu primeiro estudo importante foi uma dissertação sobre transes mediúnicos e os surpreendentes relatos de sua jovem prima, Helene Preiswerk, sobre personagens mortos desde há muito tempo. Foi uma investigação psicológica da relação entre estados normais e paranormais de consciência. Trabalhos subseqüentes sobre associação de palavras e a teoria dos complexos estudaram as fronteiras entre as partes consciente e inconsciente da psique. Penetrando ainda mais profundamente no território do inconsciente, Jung descobriu uma outra região fronteiriça. Esta encontra-se situada entre os conteúdos pessoal e impessoal do consciente, entre o território dos complexos e o das combinações arquetípicas de imagem-e-instinto. Em suas ulteriores investigações do si-mesmo, encontrou um ponto de transgressão da fronteira entre psique e não psique. Como o arquétipo per se é psicóide e não se encontra rigorosamente dentro dos limites fixados pelas fronteiras da psique, serve de ponte entre os mundos interior e exterior, e decompõe a dicotomia sujeito-objeto.
Em última instância, essa curiosidade acerca de fronteiras levou Jung a formular uma teoria que procura articular um único sistema unificado que abrange matéria e espírito e lança uma ponte entre tempo e eternidade. É a teoria da sincronicidade. Extenção da teoria do si-mesmo à cosmologia, a sincronicidade fala da profunda e oculta ordem e unidade entre tudo o que existe. Essa teoria também revela Jung o metafísico, uma identidade que ele freqüentemente negou". (Stein, Murray - Jung - O mapa da alma, uma introdução, pags 176 - 177)
Em última instância, essa curiosidade acerca de fronteiras levou Jung a formular uma teoria que procura articular um único sistema unificado que abrange matéria e espírito e lança uma ponte entre tempo e eternidade. É a teoria da sincronicidade. Extenção da teoria do si-mesmo à cosmologia, a sincronicidade fala da profunda e oculta ordem e unidade entre tudo o que existe. Essa teoria também revela Jung o metafísico, uma identidade que ele freqüentemente negou". (Stein, Murray - Jung - O mapa da alma, uma introdução, pags 176 - 177)
Psicóide: Um adjetivo referente às fronteiras da psique, uma das quais estabelece o contrato direto com o corpo e o mundo físico, e a outra com o domínio do "espírito".
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