Eles andavam apressados pela ponte em direção ao metrô por volta do romper do dia, do romper da noite. Acima de suas cabeças, durante o percurso retilíneo, pairavam duas cúpulas de igreja, verdes cúpulas de culpa, penitência e desesperança...E eles iam assim desavisados do movimento involuntário, proletário, numa ladainha silenciosa, mente repetida no ato, do ir e vir constante no pensamento e o pensar sumido. Alguém passava lá embaixo e via as verdes cúpulas ainda mais altas a dominar, quase um retrato de ponta de igreja e lua a se formar, até que o breu caía completo; e as estrelas ofuscadas pelas luzes dos postes; e o terror da noite a puxar o pensamento sobre aqueles momentos do não pensar em direção ao labor e ao ‘desabor’, de quase sempre não pensar, senão pelo sôfrego movimento de amanhecer e não acordar, de anoitecer e não dormir, e fazer escapar o sonho involuntário, o movimento voluntarioso da imaginação; e esses ‘alguéns’ por baixo da ponte e por sobre a ponte, cheios de culpa sem pecado.
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2 comentários:
Bem Vinda :)!
Obrigada pela recepção Sara!Beijinho
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