Capítulo 1
Tudo começa aqui, em Caracóis...
O sujeito vinha de lugar desconhecido, de um lugar de ninguém. Ele era um mistério. Tinha um jeito fechado e falava sussurrando sem tirar os olhos do ponto escolhido. Era um sujeito incomum, desses que costumamos estranhar sem conseguir compreender bem o porquê. Sua beleza era sustentável e possuía um "Q" de eterno, ou seja, que nunca saem de moda, como as fotos antigas e amareladas pelo tempo. Antonio era o seu nome. Homem alto, magro e tez morena. Quando chegou a cidade causou furor, algumas famílias temeram pelas suas filhas, outras, por si próprias.
O belo Antonio era motivo de constrangimento e uma sensação de inquietação, que não era normal de se sentir naquela cidade pacata e de mesmices diárias. As moiçolas se sentiam tímidas, já as casadas, desnudas. Sem falar das mulheres mais velhas e naquela faixa limítrofe, em que já não se sabe se o tempo é amigo ou inimigo. Quando chegam à conclusão que quando mais jovens deveriam ter a experiência atual, e atualmente, o frescor da carne dura e sedosa da juventude.
Ah, os desejos e sonhos que se passavam pelo universo feminino da pequena cidade, daria roteiro com direito a trilha sonora jamais imaginada. Porém, o homem estava nem aí para tantos ais, sais e tais coisas mais...
Com o tempo, a cidade foi se acostumando com o novo habitante, aliás, como é para ser. Afinal, para que servem as novidades, senão para nos tirar da rotina e dar um novo colorido a vida? Antonio passou a ser mais um cidadão, bem, quase um cidadão comum...
Um dia, a cidade estava em festa do seu santo padroeiro. Sabe como é, toda cidade seja ela pequena, média ou grande, sempre tem um santo pra chamar de seu.
A cidade estava em alvoroço, e as expectativas em torno da comemoração eram um mix de sentimentos variados, interessantes, políticos, cômicos, filosóficos, teológicos e, porque não, satânicos. Nada que a boa raça humana não aprecie...
É claro, que se é uma festança de santo padroeiro, imagina o sentimento coletivo?
Os homens achando e planejando beber e comer todas. As mulheres desejando, e quem sabe, um futuro bem promissor...
Todo ano era a mesma gandaia, sexo, drogas e muito, muito rola o rolo das intenções nem um pouco digamos, puras e de acordo com o motivo da festa.
Mas voltando ao belo Antonio, é aí que ele entra. Toda cidade tem uma igrejinha branca, no alto de um morrinho, com um cemitério pequeno e bucólico. Pois é, foi lá que a cena principal do nosso protagonista se passou...
Continua no próximo capítulo!
2 comentários:
Ansiosa pelo próximo capítulo...e a imaginação já está se encarregando de 'ver' o tal moçoilo Antônio...sem contar que está parecendo história de Minas...que na verdade é história de qualquer lugar...rsrs
Beijos Nina
Pode ir se preparando que você também será convocada para escrever um ou mais capítulos....
Aliás, estamos convocando a todos
postadores do Pessoas à toa...
Tenho certeza que seu capítulo será muito interessante....
Muitos beijos, Keila!
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